Presidente Jair Bolsonaro durante reunião nesta quinta-feira (21) | Foto: Marcos Corrêa/PR
Os governadores dos estados brasileiros solicitaram ao presidente da República, Jair Bolsonaro, em videoconferência nesta quinta-feira (21), a liberação até o final deste mês de mais dos R$ 60 bilhões da ajuda federal aos estados, de acordo com projeto de Lei aprovado há 15 dias pelo Legislativo Federal.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, em nome dos colegas chefes de Executivos estaduais, reforçou que os estados sofrem com a redução da arrecadação em virtude da redução da atividade econômica provocada pela pandemia da Covid-19 e destacou a importância da agilidade na liberação da ajuda financeira federal para recompor as finanças.
Durante a reunião, Reinaldo Azambuja, de Mato Grosso do Sul, também em nome dos governadores, pediu a manutenção na Lei da Suspensão, até 31 de dezembro próximo, das parcelas dos financiamentos contraídos pelos estados com instituições financeiras nacionais e internacionais, com aval da União.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, após a reunião, ressaltou que o RN e o Brasil precisam urgentemente da recomposição das perdas financeiras decorrentes da pandemia e de ações unificadas, coesas, no combate ao coronavírus. "É necessário uma integração nacional, coordenada pelo Governo Federal, para o enfrentamento à pandemia. A situação se agrava e precisamos dar respostas e assistência à população", disse.
Governadora Fátima Bezerra participa de reunião por videoconferência | Foto: Divulgação
Pelo projeto, além do repasse, estados e municípios terão R$ 49 bilhões liberados por meio de suspensão e renegociação de dívidas com a União e bancos públicos, e mais R$ 10,6 bilhões em renegociação de empréstimos com organismos internacionais com aval da União. Já os municípios terão a suspensão do pagamento de dívidas previdenciárias que venceriam até o fim do ano, e que representam cerca de R$ 5,6 bilhões para eles.
Veto a reajustes de salário para servidores
Ainda durante a reunião, o presidente e os governadores debateram sobre o veto do trecho do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que deixa várias categorias do funcionalismo de fora do congelamento de salários de servidores públicos, proposto pelo governo federal. Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também participaram do encontro, ao lado de Bolsonaro e de ministros de Estado, a partir do Palácio do Planalto.
O Projeto de Lei Complementar (PLC) 39/20, que foi aprovado no dia 6 de maio, garante auxílio financeiro de até R$ 125 bilhões a estados, municípios e ao Distrito Federal para o combate ao novo coronavírus, e tem como contrapartida medidas de controle de gastos, como a suspensão do reajuste.
Além dos profissionais de saúde e segurança pública e das Forças Armadas, os parlamentares excluíram do congelamento trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais, das Polícias Federal e Rodoviária Federal, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social.
Bolsonaro anunciou que o PLC será sancionado em breve, após alguns ajustes técnicos e que as progressões e promoções dos servidores continuarão ocorrendo normalmente. Apenas os reajustes serão suspensos. O projeto aprovado também prevê a suspensão dos prazos de validade dos concursos públicos homologados até o dia 20 de março deste ano. Tal suspensão será mantida até o fim do estado de calamidade pública em vigor no país.
De acordo com o presidente, serão vetados quatro dispositivos, e ele pediu apoio para que esse vetos sejam mantidos pelo Congresso. “Enquanto se fala que os informais perderam muito, que os formais também, muitos perderam seus empregos ou tiveram salários reduzidos. Essa é a cota de sacrifício dos servidores, pela proposta que está aqui, de não ter reajuste até 31 de dezembro do ano que vem”, disse Bolsonaro. Após a sanção, os parlamentares têm 30 dias para apreciar os vetos.
Os governadores divergem em relação à manutenção da proibição de aumento salarial aos servidores públicos até dezembro de 2021, condição para a liberação dos recursos extras, que, entretanto, abre exceções para algumas categorias. A governadora Fátima Bezerra explicou que se coloca junto aos governadores que defendem o veto à proibição de reajuste aos servidores. "Os estados que vierem a ter condições de conceder reajustes para minimizar as perdas dos servidores, que em muitos casos estão há dez anos sem reajuste, devem ter a autonomia para fazê-lo", afirmou.
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