Do G1RN
Setor de hipermercados contribuiu para a estabilidade do comércio em junho, segundo IBGE — Foto: Eduardo Peret/Agência IBGE Notícias
O volume de vendas do Rio Grande do Norte ficou "empatado" em junho, na comparação com o mês de maio, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do primeiro semestre, a variação ficou negativa (-1,3%), mesmo com as receitas nominais (sem ajuste de cálculo que leve em conta a inflação, por exemplo) crescendo 3%. No comparativo de junho com o mesmo período do ano passado, o resultado fica ainda pior: o volume de vendas caiu -2,4% no estado.
A variação de junho em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal, ficou em 0%, seguindo uma tendência de estabilidade, no país. Em maio, o resultado foi de -0,6% e em abril, -0,1%. Porém, se considerados os valores negociados, o resultado é pior: houve queda de -0,4%.
O comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e materiais de construção, também apontou perda de ritmo nas vendas, ficando com queda de 0,4% em junho, na comparação com maio, no estado. Quando considerado junho do ano passado como base, o resultado ficou em -2,5%.
Gráfico sobre vendas no varejo RN/Brasil — Foto: IBGE
Brasil
Os números potiguares têm semelhanças com os nacionais. No país, o volume de vendas também ficou estável em junho, com leve crescimento de 0,1%. Na comparação com junho de 2018, o setor caiu 0,3%. Mas o país registrou uma pequena alta semestral de 0,6%. Apesar disso, desde fevereiro o comércio mostra perda de ritmo, com o acumulado em 12 meses caindo de 2,4%, naquele mês, para 1,1% em junho.
Conforme o IBGE, o índice de junho, em relação a maio, foi influenciado pela estabilidade de hipermercados (0,0%) e de outros artigos (0,1%), que juntos respondem por cerca de 60% do resultado no mês. No entanto, as vendas nessas atividades têm tido comportamentos diferentes. Enquanto hipermercados apresentam perda de ritmo, com -0,3% no primeiro semestre, outros artigos mostram crescimento de 4,4% nesse período.
Segundo a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, o resultado do varejo reflete a conjuntura de baixo dinamismo econômico, o grande nível de pessoas desempregadas, e o elevado endividamento das famílias, que é o maior desde abril 2016, segundo dados do Banco Central.
“As famílias estão fugindo das prestações na aquisição de bens duráveis como móveis e eletrodomésticos, e estão direcionando o consumo para alimentos. Então, a queda em hipermercados não significa que as famílias estejam deixando de comprar, mas estão optando por marcas mais baratas. Na farmácia, não dá para fazer isso”, explica Isabella.
O resultado semestral sinaliza desaceleração no volume de vendas. Mesmo com a quarta comparação semestral positiva consecutiva, de 0,6% no primeiro semestre, o setor mostra queda no ritmo na comparação a semestres anteriores, quando cresceu 4,2% no segundo semestre de 2017, 2,9% no primeiro semestre de 2018 e 1,7% no segundo semestre de 2018.
“Ainda que o mercado de trabalho tenha mostrado aumento de população ocupada, esse aumento se deu no emprego informal, que tem um rendimento mais baixo, além de não ter benefícios e nem acesso a crédito, por isso não se refletiu no setor do comércio”, concluiu Isabella Nunes
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