Comunidade De Miranda

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Futuro do Banco do Nordeste é discutido em audiência pública


Crédito da Foto: Eduardo Maia 

O deputado estadual Francisco do PT (PT) propôs audiência pública, que aconteceu nesta terça-feira (20), no auditório da Assembleia Legislativa do Rio grande do Norte, para discutir a extinção do Banco do Nordeste (BNB) e os prejuízos que esta extinção causaria para o Rio Grande do Norte.

Ao abrir os trabalhos, o deputado propositor falou da certeza que tinha que a mesa iria ofertar naquele momento uma contribuição valiosa sobre a importância do Bando do Nordeste. “É importante destacar que o BNB foi criado em 1952 e já com 67 anos de atuação na nossa região, tem o objetivo de combater, através do crédito produtivo, os enormes impactos da seca, minimizando as desigualdades. O BNB é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina e se diferencia das outras instituições, porque é reconhecido por promover a competitividade das empresas da nossa região”, explicou.  

Em seguida, o diretor de Patrimônio do Sindicato dos Bancários, Franscisco Ribeiro, falou na tribuna do auditório. “Acompanhei todas as tentativas de extinção do banco, desde o ex-presidente Fernando Collor de Melo, passando pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que entregou todas as nossas estatais para o capital privado, e querem agora nesse governo, junto com o ministro Paulo Guedes, terminar de liquidar a fatura que eles tantos insistem em acabar, que é o patrimônio público nacional, que pertence a cada um de nós brasileiros. A palavra de ordem é dizer não ao governo Bolsonaro e a qualquer tentativa de acabar com o BNB ou enfraquecê-lo”, disse. Francisco Ribeiro lembrou que o BNB tem muitas utilidades. “Ele financia de uma enxada manual a um trator. De um carro de pipoca a um hotel de luxo. Justifica fechar, extinguir, incorporar ou privatizar uma entidade dessa? Não vejo sentido”.


A Presidente da Associação dos Funcionários do BNB, Rita Josina Feitosa da Silva, também deu a contribuição dela ao debate. “Conseguimos que o Nordeste estivesse em estatísticas de destaque, embora ainda com uma grande referência de desigualdade se compararmos com os resultados nacionais, e esse contexto justifica estar lutando pelo BNB e defendendo a importância de a gente ter um banco de desenvolvimento regional. O BNB tem feito uma diferença muito grande para a região, aplica bem, empresta bem com resultados positivos, lucros e também trabalha com grupo de trabalhadores que são comprometidos”, falou.

O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), Manoel Candido, falou da relação da Federação com o Banco, que é muito antiga. Lembrou que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) nasceu em 1995, com a verba R$ 200 bilhões para o Brasil inteiro e desde então tem sido um programa que cresceu. “Até então éramos pequeno agricultor e fomos tratados depois como agricultores de regime familiar”, disse.
A representante do Dieese, Maiara Dantas de Oliveira, passou para os presentes a ideia de que as instituições públicas bancárias, tal como o BNB, são importantes no país e têm um impacto positivo na geração de empregos, de rende e de melhoria de vida da população, não apenas no Nordeste. Segundo ela, dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, 126 não possuem agência bancária.

O diretor Técnico da Emater, Raimundo Costa Sobrinho, alertou que a sociedade norte-rio-grandense tem que defender o BNB enquanto banco de fomento e de desenvolvimento. “O que deveria estar sendo discutido aqui hoje era a ampliação das ações do BNB para o semiárido, o melhoramento dos planos de cargos e salários dos servidores, entre outras coisas nesse sentido. “É por isso que essa pauta tem que ser uma pauta central, porque o BNB é central para o desenvolvimento da nossa agricultura”, falou.

Já o coordenador do Comitê Nacional em Defesa do BNB, Robson Luiz Andrade Araújo, lembrou que foi no sentindo de promover a equidade que o BNB foi criado. “Nesses governos neoliberais, isso começou a ser combatido. A ideia é manter o status quo, a superioridade da região Sudeste em relação ao Nordeste. Por que é tão importante lutar para manter o BNB? As estatísticas mostram que todos os bancos que atuam nacionalmente, eles retiram mais recursos do Nordeste do que trazem. Existe um déficit muito grande em relação a isso. O BNB é um único banco que só financia o Nordeste. E não só isso, faz também o contrário. Traz recursos para o Nordeste. Gerando empregos, distribuindo renda, criando oportunidades, até mesmo nas comunidades. O BNB atua em 1990 municípios do Nordeste e quem disser que o BNB só porque é público é ineficiente, ou é desinformado ou tem muita má fé”, concluiu o participante da mesa.

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